Te encontrei esperançoso. Buscava por uma notícia que poderia reverter esse quadro e trazer a paz de outrora. Me questionei: "Por que só agora? Por que nesse momento?". Ressignifiquei tua presença elétrica na minha vida - rápida, forte e quase imperceptível - e troquei as perguntas: "Pra que agora? Pra que nesse momento?".
E a luz da lamparina brilhou mais forte.
Eu queria ser remédio. Eu queria seria paz. Eu queria me sentir útil de alguma forma.
E fui. Sim, eu sei que fui.
O bilhete com chocolates que deixei na tua mesa tangibilizando meus sentimentos, seguidos com mensagens que de longe transmitiam a tua gratidão pela minha presença foram provas disso.
E a luz da lamparina brilhou ainda mais forte.
Ao ver o brilho dela, você recuou. Talvez fosse o medo do que minha luz pudesse mostrar em você. Medo de gerar um sentimento e não ser reciproco. Ou, talvez, medo de abrir as portas do teu coração para alguém que pudesse deixá-lo ainda mais bagunçado, como teus problemas faziam.
Você só não deixou eu mostrar que estava disposto a segurar essa barra contigo. Que a luz da lamparina podia não ser só minha, mas nossa. Você não deixou eu mostrar minha dança, meu companheirismo... não deixou eu te mostrar o meu melhor lado. Não deu tempo ao tempo. Ficou sem tempo pro tempo.
Você apagou, sem querer e sem intenção, minha chama.
Sua tempestade passou. Sua mente voltou a pensar. Seus pensamentos voltaram a ter vida. Você está feliz, está bem, está seguindo.
Mas minha lamparina se apagou.
Ela continua cheia. Em breve ela voltará a queimar.
Mas, mais que nunca, voltará a queimar por mim!
Essa história de desamor mostrou que minha luz deve alcançar apenas o meu próprio coração e iluminar pessoas que de fato queiram ser iluminadas. Lamento tanto que você não teve paciência de esperar e se aquecer.
Aprendi com isso tudo que a luz da lamparina é temporária, mas o que faz acendê-la é eterno. E está dentro em mim, pulsando em meu peito. E ninguém pode me tirar isso.
Mais uma vez, lamento por não ter compartilhado ainda mais minha luz contigo. E a decisão foi sua!