08/05/2014

A verdade



E de todas as vezes que nos encontrávamos, eu segurava firme minha mão pra que ela involuntariamente não tocasse seu rosto; evitava, de todas as formas, olhar em teus olhos, com o receio de que o brilho deles fizesse meu sangue percorrer mais rápido pelo corpo. Ao te abraçar, confesso, prendia a respiração para não mais ter que passar pela tortura de relembrar o teu cheiro que tantas noites foram minha companhia.

E quando você ia embora e minha respiração voltava ao normal, só me restava a certeza de que nem teu rosto, nem teus olhos e nem teu cheiro faziam bem ao meu coração, mas, entre outras coisas, não faziam bem ao meu bolso. Eu tinha que me acostumar a ser só seu amigo. Decidi isso quando percebi que você amava mais a minha carteira do que meu coração.

2 comentários:

Renato Almeida disse...

Caramba, não tem como não se identificar com o texto. Passei um bom tempo temendo assim como a pessoa do texto não demonstrar quando encontrar com a garota que tanto ama, mas que não deve demonstrar. Enfim, amar é complicado, muito mais quando vemos que o melhor é ocultar o sentimento.
Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

Carolina Couto disse...

Adorei o texto... muito bonito!
Dar até vontade de achar alguém que eu possa gostar, mesmo não demonstrando!
Faz sentido?


Beijos,
Carolina's Book Blog