19/05/2014

Hoje, ser rebelde é não se rebelar.

Não era exatamente um grito por sexo, drogas e rock’n roll, hoje entendo, mas um pedido de liberdade, o direito de ser autêntico, poder fazer as próprias escolhas e não ter ninguém lhe ditando regras. É impossível viver em sociedade sem ter que se submeter a algumas normas de conduta, até porque essas ordens evitam o caos; mas onde encontrar o individualismo dentro desse conjunto?

A rebeldia tomou conta de tantas esferas da sociedade que hoje seguir as regras é o que de fato nos faz diferente. Mas aí, “dançar conforme a música é ‘caretismo’” e “quebrar as leis é o que me fará ter um lugar de honra”. São pensamentos dessa natureza o motivo da oposição contra essa nova perspectiva de oposição, de certa forma mal interpretada até hoje, quando os rebeldes tomam essas verdades para violar leis e os não-rebeldes a fazem ter um peso maior do que realmente é.



As ordens, quando obedecidas, trazem proteção. Leis de trânsito, do trabalho, justiça social, são exemplos que cabem nessa perspectiva. O que na verdade a geração liberal tanto lutou (e continua com sede de resultados) é por uma desconstrução cultural, onde há verdadeiramente a desvinculação de execução de leis a modos de condutas culturalmente aceitos e não aceitos.

A contradição é além da compreensão humana. A lei diz que todo cidadão tem direito a liberdade de expressão, mas basta publicar alguma reflexão individual em uma rede social, por exemplo, que os opositores de plantão já estão a postos com argumentos pré-editados a fim de repreender seus conceitos. Uma ressalva: Quero deixar claro que não trato aqui de discussões de ideias, elas somam inclusive, e está aí outra diferença que os rebeldes dos rebeldes ainda não descobriram.

Quando se trata de comportamento é que a situação fica ainda mais delicada. A intolerância gera violência, calúnia, difamação, levando pessoas ao ápice da ridicularidade. Não é necessário citar exemplos grandes: Basta um homem aparecer em uma reunião de família com bermuda curta e as pernas depiladas ou uma mulher de roupas largas e calça jeans desbotadas. Achou diferente? Então você faz parte do grupo que precisa mudar a mentalidade e se convencer de que deve respeitar a individualidade do próximo, sem pré-disposições ou pré-julgamentos.

Um comentário:

Italo Stauffenberg disse...

"Quando se trata de comportamento é que a situação fica ainda mais delicada. A intolerância gera violência, calúnia, difamação, levando pessoas ao ápice da ridicularidade." Isso é o típico preconceito... Achei os exemplos dos textos bem leves.. quando li essa frase pensei: e, lá vem bomba! rs abraços, James!
Sucesso.