31/07/2020

Lamparina

LUZ DE LAMPARINA NA NOITE DOS DESGRAÇADOS | Lamparina, Lampião, Luz

Te encontrei fragilizado. Teus sonhos se esvaiam pelas mãos. Tua cabeça estava anestesiada e pensamentos concentrados no silêncio. Invadi essa escuridão com minha lamparina, acesa quando vi tuas olheiras de preocupação, camufladas pelo bom humor, sorriso largo e apreço por uma conversa leve.

Te encontrei esperançoso. Buscava por uma notícia que poderia reverter esse quadro e trazer a paz de outrora. Me questionei: "Por que só agora? Por que nesse momento?". Ressignifiquei tua presença elétrica na minha vida - rápida, forte e quase imperceptível - e troquei as perguntas: "Pra que agora? Pra que nesse momento?".

E a luz da lamparina brilhou mais forte.

Eu queria ser remédio. Eu queria seria paz. Eu queria me sentir útil de alguma forma.

E fui. Sim, eu sei que fui.

O bilhete com chocolates que deixei na tua mesa tangibilizando meus sentimentos, seguidos com mensagens que de longe transmitiam a tua gratidão pela minha presença foram provas disso.

E a luz da lamparina brilhou ainda mais forte.

Ao ver o brilho dela, você recuou. Talvez fosse o medo do que minha luz pudesse mostrar em você. Medo de gerar um sentimento e não ser reciproco. Ou, talvez, medo de abrir as portas do teu coração para alguém que pudesse deixá-lo ainda mais bagunçado, como teus problemas faziam.

Você só não deixou eu mostrar que estava disposto a segurar essa barra contigo. Que a luz da lamparina podia não ser só minha, mas nossa. Você não deixou eu mostrar minha dança, meu companheirismo... não deixou eu te mostrar o meu melhor lado. Não deu tempo ao tempo. Ficou sem tempo pro tempo.

Você apagou, sem querer e sem intenção, minha chama.

Sua tempestade passou. Sua mente voltou a pensar. Seus pensamentos voltaram a ter vida. Você está feliz, está bem, está seguindo.

Mas minha lamparina se apagou.

Ela continua cheia. Em breve ela voltará a queimar. 

Mas, mais que nunca, voltará a queimar por mim!

Essa história de desamor mostrou que minha luz deve alcançar apenas o meu próprio coração e iluminar pessoas que de fato queiram ser iluminadas. Lamento tanto que você não teve paciência de esperar e se aquecer. 

Aprendi com isso tudo que a luz da lamparina é temporária, mas o que faz acendê-la é eterno. E está dentro em mim, pulsando em meu peito. E ninguém pode me tirar isso.

Mais uma vez, lamento por não ter compartilhado ainda mais minha luz contigo. E a decisão foi sua!

07/07/2020

Ressignificar

Você, leitor, já sabe: se atualizo o blog, é porque passei por mais uma decepção amorosa!

Agora estou naquela fase em que preciso ressignificar tudo, organizar meus pensamentos e seguir em frente. Só que, dessa vez, foi diferente (como eu sempre penso que é!). Encontrei o homão da porra, o príncipe dos meus sonhos, o cara que ia me tirar do castelo e vivermos felizes para sempre. Só que foi bem longe disso e, pensar assim, fala mais sobre mim do que dele.

Agora eu entendo que talvez ele não quisesse ser um homão da porra. Ou, pior: o homão da porra de alguém. Quem disse que ele queria ser o príncipe chegando no cavalo branco? Quem disse que alguma vez passou pela sua cabeça dar match no tinder com um cara aleatório e ser este o amor da sua vida? Comigo foi. Com ele, pelo visto, não.

E, sim, é isso: a gente projeta algo na pessoa e espera que ela responda no mesmo sentido. Não funciona assim.

Fui ansioso ao ponto de não esperar o tempo exato de nos conhecermos direito. Quis me fazer presente e cuidar dele quando ele mesmo não indicou que queria ser cuidado ou que eu estivesse presente. Por que só enxerguei isso agora?

Eu já não comia, não dormia direito, sonhando em simplesmente encontrá-lo e termos nossas conversas inteligentes por horas a fio, regados a beijos molhados e carinhos afetuosos. Foi demais pra mim! 

Foi demais, rápido e significou tanto. Não deveria, mas significou. Me mostrou que preciso ser mais cauteloso, cuidar de mim mesmo, não dar passos largos e assustar às outras pessoas.

Ele foi vítima da minha ansiedade e quem acaba morrendo com essas situações sou eu mesmo.

Tem como recomeçar? Será que mais pra frente a gente se reencontra? Será que ainda terá como mostrar a ele que eu só estava ansioso e que poderíamos dar certo por mais tempo? Se eu não tivesse sido rápido demais, será que poderíamos ficar juntos mais algumas vezes? 

Essas perguntas só o tempo poderá responder, mas, de já, aceitar que todas são negativas e que não tem mais volta pras impressões que ficaram nele em respeito a mim, é o caminho mais fácil. Doloroso, porém mais fácil. 

A frustração me consome mais uma vez!

Certo dia mandei uma música pra ele que dizia "sei lá, só sei que a sorte um dia vez. E quando esse dia chegar, lembra daquele dia, da chuva que caia, e a gente ainda vai se encontrar". 

Talvez!