23/09/2010

Da criança, o cinismo

Hoje visitei a criança que estava presa dentro de mim. Estava pálida, faminta e respirava profundamente o pouco ar que restava. Na verdade, o ar era como uma faca perfurando suas narinas. Porém ela era forte: não demonstrava o que realmente sentia, mas sabia que essa era só mais uma máscara. Uma criança usando máscara; esse sim era o auge da hipocrisia. Mas, a quem ela estava pensando enganar? A sociedade? Os seus pais? – Não importa! A verdade é que a criança não era mais aquele ser angelical, puro e inocente, pelo contrário: ela tinha crescido. E junto com ela também cresceu o cinismo e a autopunição. Dela agora só restam os cigarros.

2 comentários:

Tiêgo R. Alencar disse...

Forte, né? Acho que se eu visitasse a criança que existe em mim, encontraria-a no mesmo estado em que você encontrou a sua: aos pedaços.

Abraço :)

Italo Stauffenberg disse...

arg, minha infância foi legal! e a criança que habita em mim nunca morreu! Graças a Deus.

Forte abraço.