02/11/2016

CRÍTICA: DOUTOR ESTRANHO SEGUE A RECEITA DOS FILMES DE HERÓIS COM UMA PITADA DE INOVAÇÃO NO ROTEIRO

Desta vez as cenas principais do filme acontecem no campo místico. Temos, finalmente, um herói humanizado.

Diferente dos demais roteiros de heróis já produzidos pela Marvel, Doutor Estranho explora um ambiente em que nenhum outro salvador do planeta sequer já esteve: as batalhas são místicas e no campo de outra dimensão, onde o palpável é construído e desconstruído com a força da mente. Em busca da cura do corpo físico, o neurocirurgião de sucesso, Stephen Strange, acaba descobrindo uma nova porta para a sua alma. Até aí um ponto inovador para tais histórias.

O roteiro envolto do misticismo reafirma que matéria e espiritualidade estão diretamente interligadas, o que não significa dizer que o herói é todo tempo introspectivo [chato, calmo, complacente], igualmente aos monges ou mestres Avatar [inclusive o contrário pode ser entendido no logo nos primeiros minutos do filme]. Em oposição a esse ponto, a morte é uma realidade próxima para o personagem. Finalmente alguém dotado com poderes retratado de forma humanizada: um homem que salvará o universo que precisou ser atendido enquanto estava ferido.

Stephen se destacou pela rapidez no modo como desenvolveu suas técnicas espirituais, o que, no filme, é acessível a qualquer pessoa. Por o herói ter poderes semelhantes ao do vilão, as batalhas tiveram que ser vencidas por estratégia, inteligência e velocidade. Falando em batalhas, o efeito psicodélico quando os personagens estavam na realidade espelhada ficaram ainda mais excelentes no 3D. O domínio sobre o tempo foi outro ponto chave e criativo para a narrativa.

No mais, Doutor Estranho tem o que não pode faltar em um filme de super-herói: personagem principal com vida comum e que nunca se imaginou salvando o mundo; um vilão que se rebelou contra o sistema e agora quer vingança a todo custo; um romance entre o protagonista e uma personagem coadjuvante que em muitos momentos aparece como coringa do roteiro.

O novo filme da Marvel é completo, cômico [até quando não deveria ser], envolvente e com um elemento que outras filmagens da empresa pouco explorou: a força do herói estava alojada o tempo todo dentro de si. Acredito que essa seja a mensagem principal do filme.

Nenhum comentário: