17/06/2016

CRÍTICA | COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ

Filme romântico, que não se apega aos clichês tradicionais.



A receita de bolo de um filme romântico é simples e todos já conhecem: duas pessoas de mundos diferentes se apaixonam, vivem momentos intensos e únicos, acontece algum conflito que atrapalha a felicidade do casal, eles superam os problemas com a ajuda da melhor amiga e vivem felizes para sempre. Por sorte, Como eu era antes de você traz uma narrativa aquém desse feijão com arroz: é um romance sutil, leve e com o toque de realidade que emociona e gera profunda apatia do público.

O roteiro de Jojo Moyes, adaptação do livro também escrito por ela, conta a história do aventureiro Will Traynor (Sam Clafin). Após um acidente ele acaba tetraplégico. Por depender totalmente das pessoas, torna-se um homem amargurado, irônico e de difícil convivência. Will tem personalidade semelhante ao Christian Gray, de Cinquenta Tons de Cinza, no que diz respeito ao amor à vida, ao dinheiro, às mulheres e às aventuras. Até que Louisa Clark (Emilia Clark), jovem do campo, sem muitos atrativos, sem expectativa de vida e sem nenhuma qualificação é aceita para trabalhar como cuidadora de Traynor e colorindo de alguma forma sua existência.

O primeiro ponto de reflexão explorado pela narrativa é a preocupação em mostrar que os limites vividos por um cadeirante podem ser superados. O segundo, e não menos importante, é o retrato real da eutanásia. Uma pessoa pode, sim, decidir parar de viver por motivos de limitações físicas, sem que isso seja caracterizado como suicídio.

O terceiro ponto e grande diferencial da história é que o amor pode certamente nos fazer felizes por alguns momentos, mas que em nada muda o curso da nossa história ou nos torna uma pessoa diferente. A lição dada pelos personagens principais é que a relação de um casal se alimenta da vontade de fazer o outro se sentir bem, sem esquecer que sua individualidade interfere diretamente na vida do outro e é aí que decisões que parecem egoístas devem ser tomadas.

Esses elementos interligados fazem de Como eu era antes de você um romance atual, realista, que não se apega aos clichês, certamente irá agradar aos fãs do gênero. Quem leu o livro irá sentir falta de alguns detalhes que enriquecem a história, mas é importante lembrar que a própria autora da obra fez a adaptação do roteiro, então a semelhança é maior que o convencional.

Serviço - Como eu era antes de você está em exibição no Cine Star, em Imperatriz, no Tocantins Shopping, em quatro sessões: 14h20; 16h30; 19h30 e 21h40, em versão dublada e 2D. O exemplar do livro pode ser adquirido na Livraria Interativa, localizada no primeiro piso do Tocantins Shopping, por R$ 38,90. Os ingressos para o filme podem ser adquiridos pelos seguintes valores: segundas e quartas R$ 12,00; terças e sextas R$ 7,00 (exceto feriados e sessão de pré-estréia); quintas, sábados, domingos e feriados R$ 14,00.

2 comentários:

Italo Stauffenberg disse...

Apesar do roteiro do filme ter sido feito pela própria Jojo, acho que ela pecou em omitir muitas coisas interessantes da história. Tipo: tu conseguiu realmente sentir o Will carrancudo, raivoso e descontente da vida no filme, em relação ao Will do livro? São completamente diferentes. Nunca gostei das atuações do Sam (o ator), pois o acho fraco e, mais uma vez, ele me decepcionou. Eu não senti raiva nenhuma da raiva dele. Já a Daenerys (sim, me recuso a chamá-la de Emília Clark rs) tá perfeita. As expressões faciais dela são maravilhosas. Ela eeeexaaaala alegria. A personagem ficou bem mais interessante no filme do que na história. Também achei um pecado o filme não ter explorado muito os conflitos internos do Will. Tipo, ficou bem do nada ele querer praticar eutanásia por praticar. Não teve um desenvolvimento da narrativa contada por ele. Foi fraquíssimo. Achei também ruim não terem descrito a rivalidade entre a Lou e a Treena. Isso é um eixo top do livro. Ah, e também o romance da Lou e do Patrick foi jogado mais ainda pra escanteio no filme. Se no livro já era chato, que dirá ficou no filme. Enfim, eu não consegui gostar de muita coisa do filme, mas eu recomendo assistirem. Tupo, tive amigas que saíram da sessão hiper abaladas, chorando copiosamente. Se o filme conseguiu fazer isso, então tá de boas. Abraços, James. Excelente crítica.

Giovanna Lundgren disse...

Eu não li o livro, por isso não dá pra dizer que senti falta de algo.
Mas eu vi o filme e é incrivelmente maravilhoso. eu não chorei, mas olhei para os lado e todo mundo estava chorando, me senti tão sem coração nesse momento. hahaha. Mas o filme me comoveu e eu recomendo a todos. é muito bom mesmo.

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Um beijos