26/05/2015

Reescrita

Eu te escrevia coisas lindas porque era tudo o que eu tinha. Tentava comprar teu sorriso com frases carinhosas e poemas que só nós poderíamos decifrar. Te ofereci linhas honestas de sentimentos, meus textos mais profundos e você esteve nas minhas crônicas mais verdadeiras. Te tornei rei da minha rotina e príncipe de desejo para quem te conhecia através de mim. Ou melhor, da minha escrita. Te endeusei, te embelezei, te tornei sonho e pesadelo. Te criei, enfim, me apaixonei.

Como todo sonho, acordei para a realidade.
Como toda prosa também tivemos nosso ponto final.

Não foi uma reticência, caso nos reencontremos e algum sentimento desperte novamente, muito menos uma interrogação, pois o acerto de contas (nossa D. R.) não deixou dúvidas ou questionamentos de tudo o que envolvia a nós. Hoje já não somos presente e não teremos futuro, mas no passado fomos reunidos numa exclamação de respeito, amizade e sinceridade. Já me abri para novas frases e vírgulas e sei que tens feito o mesmo. Doeu saber, mas foi natural como toda dor: senti, tratei, passou.

Desejo, tanto a ti quanto a mim, a eles e a elas, que pessoas nos tragam palavras, que a vida reúna personagens e o tempo vá alinhando os pontos, as vírgulas, interrogações e exclamações para uma nova história. Que nossa vida seja assim, uma eterna reescrita.

2 comentários:

Jéssica Trabuco disse...

E alinha os pontos mesmo. Doi, é difícil, mas tudo passa!
Saudade de passar por aqui.
Estou de volta (:

Ricky Oz disse...

Bom texto, gostei da mensagem. Tudo passa, temos que estar sempre prontos para um novo começo.

Boa tarde!