11/09/2013

Traição (Parte II) - A traidora


Se há uma coisa que aprendi nessa vida é que não existe um príncipe encantado esperando encontrar sua princesa no alto de uma torre. Cada homem pode ser um príncipe, ou melhor, o seu príncipe; basta conhecer o que se passa em seu coração e deixar apaixonar-se.


Na verdade, todo cavalheiro real provém de um sapo. E foi assim, viajando pelas lagoas da vida, que encontrei o sapo mais atraente e sedutor que já conheci, longe de ser parecido com o príncipe que me esperava em casa.


Logo de cara gostei do seu sorriso. A abertura de seus lábios foi a mesma que o lobo da floresta fez quando viu a chapeuzinho vermelho com uma cesta de guloseimas – desejando devorar até da sua alma. Deixei meus pés me levarem até ele, sempre com a imagem do príncipe na mente. Quem sabe se eu beijasse aquele sapo ele seria um cavalheiro melhor?

Por sorte, apenas toquei em seu rosto e o lobo mal se transformou em um cachorrinho pedindo comida com olhos brilhantes. Deixei claro que meu coração já tinha dono e que naquele momento a única coisa que poderia oferecer era meu corpo.

Por algum motivo, ele aceitou. Talvez esse sapo fosse de uma espécie rara. Talvez nem príncipe fosse.

O tempo passou e a imagem do sapo/lobo não saiu da minha cabeça. Nos encontramos outras vezes, mas o encanto foi se perdendo.

Toda vez que meu coração acelerava pelas lembranças no lago de mel com o sapo/lobo ligava para o meu príncipe e deixava o amor que me conquistou antes tomar de conta da minha alma.

Afinal, não é seguro trocar o certo pelo duvidoso.

Esse é o terceiro post do conto "Traição". A inspiração foi uma história que acompanhei de perto nesses últimos dias e então resolvi tentar entender através de algumas situações o que se passa na mente de quem vive um triângulo amoroso e espero que tenham gostado e percebam um pouco da personalidade de cada personagem nos textos. Estou aberto a críticas ok? E breve publico o que se passa na mente da última pessoa envolvida. Até!

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