29/09/2009

Capítulo 11 - Um Sonho

Ao menos era evidente que Sophie só me via como um amigo. Isso já era bastante promissor, já que no fundo do meu coração ainda havia esperança de um dia nos casar. Passando toda essa tempestade, tudo voltou ao normal. Escola, leitura, casa. Escola, leitura, casa. Voltei a essa prática constante. Eu era muito feliz assim. Terminei de ler “A Porta” e me lembrei daquele dia em que fui à biblioteca. O livro estava em baixo da minha cama dentro de uma caixa. Olhei a data de entrega e ainda faltava 7 dias para devolve-lo, tempo suficiente para acabar a sua leitura. Deixei para começar a lê-lo no dia seguinte. O meu dia não foi o mesmo na escola. Não parava de pensar naquele livro e em Sophie. Não sei o porque disso, sim, ele me despertou curiosidade, mas não me chamou tanta atenção com o poder de me desconcentrar na aula. Mas estava acontecendo. Não via a hora de chegar em casa e começar a devorar suas páginas e eu nem sabia o motivo dessa ansiedade. Como se o “destino” tivesse colocado o livro no meu caminho e agora fazendo com que nós nos encontrássemos. Ou seria obra de Deus de quem minha mãe tanto falava? Pierre bateu na campainha e fomos em direção ao “nosso” moinho. Assim dizia ele, mas eu sentia como se aquele moinho fosse somente meu, mas para não magoa-lo, passei a chamar o moinho de nosso. Pierre era um irmão pra mim e não fazia sentido deixar de compartilhar isso com ele, já que estava sempre presente quando eu mais precisava. Sempre íamos conversando sobre nosso dia quando estávamos a caminho do moinho, de surpresa, Pierre me disse que tinha um grande sonho: ser rico. “- Já não consigo ver minha família sofrendo Enzo. Queria ser rico pra acabar com essa miséria em que vivemos já que a situação do emprego do meu pai nunca muda”, disse Pierre contendo as lágrimas que teimavam em sair do seu olhar. Fiquei com pena do meu amigo mas eu também vivia a mesma situação que ele. Na minha mente veio uma voz forte, como se ela insistisse para que eu dissesse a Pierre que isso ia acontecer. Sacudi a cabeça para fugir desse pensamento fútil, já que probabilidade disso acontecer era praticamente zero. Chegamos ao moinho. Cada um procurou um lugar aconchegante e começamos a ler. A capa de “Caçadores de Histórias” reluzia aos meus olhos como um diamante brilha aos olhos de um mendigo. Não sabia eu as aventuras que aquele livro estava para me mostrar.

5 comentários:

Elizeu Soares disse...

Olá James,
Que bom tudo tem melhorado para o Enzo em...
E vamos ver o que vem pela frente com esse novo livro!
Fica na paz...

Luan Fernando disse...

Esse conto é um dos melhores que já li, você está de parabéns!

Rede Revolução Metanóia disse...

[Benigno aki] ooO curioso, pelos capitulos q ainda a d vim ! :S

Denise Marinho disse...

amey o texto :D
voou te seguir :D

Luan Fernando disse...

Cara! queria perguntar sobre o proximo capítulo, quando vai publica-lo?