Foto: Projeto Bloínquês
A única coisa que nos une até hoje é a Nina e, por ela, achei melhor que ele fosse embora. Esse casamento me causou muitas dores. Foi frustrante reconhecer que tudo havia acabado. Ele me iludiu sendo o sapo disfarçado de príncipe. Ele me roubou dos meus amigos fazendo promessas que não cumpriu. Ele me deixou sozinha, insegura e abandonada. Pensando bem, a ida dele já está acontecendo tarde de mais.
Infelizmente Nina ama muito o pai. Alguns dias após anunciada a separação peguei ela chorando no canto do quarto, agarrada ao uso de pelúcia que ele havia dado a ela no último aniversário. Quando vi uma lágrima caindo em seu rosto angelical, lembrei das vezes que também chorei por tanto sofrer e das vezes que a esperança me deixava e a sombra do medo me perseguia. Eu jamais iria aceitar isso pra minha filha. Afastá-la do pai é o melhor a fazer.
Naquela tarde fria de outono, ao observa-la de longe, despedindo-se do pai pelo vidro do saguão no aeroporto, foi onde percebi que aquele casamento acabado teve sim algo de bom. As lembranças ruins permanecem. As dores ainda latejam no coração. Só que olhando pra ela consigo ver em seus olhos brilhantes um futuro diferente do meu, igual a tudo que sonhei pra mim mesma.
Voltei a escrever pra concursos entre blogueiros. Texto pro Projeto Bloíquês, edição visual. Espero que não haja problemas em eu ter adicionado vídeo pra completar o texto. É isso, bom fim de semana a todos!
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