02/02/2011

Portas do Amor Próprio

Quem conhecia intimamente a Bell sabia que ela não era mais a mesma. Sempre cabisbaixa e rosto pálido, não demonstrava mais prazer em nada. Evitava estar na roda com os nossos amigos, não ia mais ao shopping comigo, não passava mais horas no celular fofocando e nem utilizava mais o twitter - que era a sua paixão virtual e, quando o usava, era sempre mensagens que demonstrava baixa alto-estima. Somente em um momento eu percebia que sua expressão facial mudava...

... E era no exato instante que Carlos passava. Seu rosto branco se enchia de cor novamente, e, como um girassol, seu olhar percorria e examinava todos os movimentos dele. Carlos era somente o faxineiro da escola, mas devo concordar, mesmo tendo um emprego simples desse ele era um príncipe. Além de lindo, tratava a todos educadamente e, talvez, isso deve ter confundido o coração da Bell. Coitada! Ela não era acostumada com carinhos e respeito vindos de um homem.

Será que a minha amiga sofria de uma paixão não correspondida? Até hoje não sei direito a resposta – talvez eu até saiba, mas prefiro não assumir isso -, mas quando eu vi a Bell entrando na escola naquele dia, senti pêlos arrepiados até onde eu não sabia que eles existiam.

Era como naqueles filmes de patricinha: ela vinha balançando seus cabelos ao vento, agora em tom vermelho sangue. Andava em câmera lenta, rebolando como se fosse uma das panteras, vestido valorizando suas coxas, salto alto, unhas pintadas de verde. Todos os rapazes da escola pararam para observá-la passar. Seus lábios esbanjavam sensualidade, seu sorriso chamava atenção mais do que nunca, com tudo isso as outras meninas logo foram tomadas pela inveja. Inclusive eu – mas ao mesmo tempo a felicidade em ver a minha amiga assim era inexplicável.

Andávamos por todos os cantos da escola ouvindo assobios, e claro, eu sabia que não eram direcionados a mim. O olhar de Bell estava diferente: ela aparentava estar mais segura. Não sabia como ela havia mudado, nem o motivo por tal acontecimento, mas estava aliviada em não ver mais aquele semblante caído. Os dias se passaram e ela foi se revelando cada vez mais alegre, desejada, animada com tudo: fomos várias vezes ao shopping, passávamos horas no telefone e, em um dia desses, a vi postado em seu twitter:

É carlinhos, vacilou! Agora aprendi que devo dar o meu coração pra pessoa que mais me importa: eu mesma! By tristeza! Viva ao amor próprio!”.

Sabe, eu meio que já fui um Carlos da vida. Espero não ter fugido da proprosta do @Blorkutando dessa semana. Até mais com novos texto, beijão!

9 comentários:

una disse...

Bacana, James.
Acho que todo mundo precisa abrir as suas portas para o amor próprio, viu?
Boa sorte no Blorkutando da semana. ;*

Nati Pereira disse...

Mil vivas para o amor próprio sempre. Beijo

Lene Colaço disse...

A Bell precisa me dar umas dicas, rs... Gostei do texto.

Beijo!

A. disse...

amor próprio é tão importante né?! não sei porque as vezes é tão difícil esquecer dos outros, do que eles acham de mim e propriamente me amar mais que tudo

Moda & Design disse...

sabe já escrevi um texto parecido com esse no meu antigo blog, que infelizmente eu excluiii.. tinha bons textos nele :S
enfim ta lindo o texto, beijos

Unknown disse...

É algo que eu tenho sempre que lembrar a mim mesma: "tenha amor próprio" haha :)
ótimo texto. :D

obrigada pela visita, também é bom ver cristãos no blogger *-*
haha, o almoço fora foi ótimo e até hoje não chorei de novo (ainda). Obrigada! kkkkkkkkkk

Debbys disse...

achei super bacana o texto.. mas acho que muitas meninas, e meninos tbm, precisam alcançar esse amor próprio ainda... claro que quando amamos alguém, nos entregamos totalmente, mas precisamos parar e olhar para nosso umbigo uma vez ou outra... xD
bjusss

A Menina que amava livros disse...

Unhum, unhum. Texto pequeno mas muito bem escrito.
Acho que é necessario amar a si mesmo antes de conseguir amar a um outro, certo?

Dany Dourado disse...

Uau, me identifiquei mutio com a Bell. Quer dizer... só com o Twitter, kk'
Ótimo texto :)