Os dogmas religiosos estão cada vez sendo mais questionados pelo cinema. A mais nova produção que se sustenta nesse pilar é do diretor Haim Tabakman, “Pecado da carne” (Eyes Wide Open). O título já dissolve o posicionamento do longa quanto ao assunto, trabalhado com uma delicadeza ímpar e que tenta difundir a realidade ou simplesmente fundamentar-se naquilo que ocorre com mais frequência na sociedade.
A homossexualidade é um desejo construído ou é algo que já nasce dentro do indivíduo? Aaron Fleishman (Zohar Strauss) é morador de um bairro ultra-ortodoxo em Jerusalém. Administra a herança do pai, um açougue de comida kosher – a única comida que pode ser consumida pelos judeus – e cuida dos seus quatro filhos.
A rotina observadora dos costumes de Aaron é abalada com a chegada do estudante Ezri (Ran Danker) que consegue um emprego no açougue dele – sabe-se lá como. Eles começam a passar muito tempo juntos, cada vez por períodos maiores, e um laço de amizade é estabelecido. É a partir daí que os verdadeiros conflitos do longa surgem.
Se lançar em um amor puro e verdadeiro, desconstruir sua verdade, questionar sua própria conduta ou viver enclausurado na tristeza por não ceder à vontade dos seus sentimentos? Os cárceres mentais são explanados de uma forma pura no personagem Aaron. Como conviver com a dúvida dos desejos? Correr atrás da sua felicidade proibida ou continuar trilhando um caminho obscuro?
A homossexualidade é tratada nas religiões mais conservadoras como um pecado mortal, por isso a direção demonstra uma grande ousadia em diluir a história no ambiente ortodoxo. Diferentemente do longa brasileiro “Do Começo Ao Fim”, que mostra um amor homossexual surgido do nada, construído do nada - logo sem verdade - os conflitos existenciais de quem porta esse sentimento são mostrados de uma maneira crua e sempre permanecendo imparcial quanto as idéias.
Nada tem no filme que prenda a atenção. A história em si, por mais batida que seja, é encarregada dessa tarefa. Os atores estão irreconhecíveis pelo visual típico dos judeus. Esse é o primeiro longa produzido por Tabakman e já rendeu a seleção para a mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes em 2009 e o título de melhor ator para Zohar Shtrauss.
11 comentários:
Parece muito bom! Sempre que ouvimos falar de homossexualismo, é como algo que a pessoa 'tem' desde nascença, acho que nunca ouvi falar de uma amor homossexual nascido expontâneamente de uma amizade. Deve ser muito intrigante e uma nova visão.
Já ouvi falar nesse filme brazuca Do Começo ao Fim. Vi o trailler esses dias no YouTube e meeeeeeldeeeeeels! Que louco! Deu vontade de ver e, tipo, do nada? Pelo que li na sinópse, os garotos são apaixonados desde pequeno, só não sabiam. Às vezes, quando agente tem uma amiga desde pequeno e quando agente fica grande agente vê que ela é a mulher da nossa vida. Acho que com eles fora da mesma forma. Bom, não concordo com isso, mas.... e quanto a esse filme. falar de homossexualidade sendo que ainda é judeu é bem tenso, não?
Abraço.
eu acho que ninguém nasce homossexual, acho que isso é construído pela própria pessoa, com a junção de vários fatores, emocionais e principalmente espirituais. tenso esse filme se passar pelo judeus!
realmente, o assunto já é polêmico, imagina em um meio tão radical, né? Achei bem interessante a proposta do filme!
bjsss
O assunto, de fato, é polemico, e não deveria ser, afinal, o que as pessoas fazem, como fazem, com quem fazem, deveria ser um problema só delas. Já assisti "Do começo ao fim", e confesso que esperava mais, como você disse, as coisas começam do nada, fica tudo muito confuso e sem explicação. Espero que esse saiba lidar melhor com o tema!
Você escreve muito bem!
Abraço!!!
O cinema é uma boa forma de abordar esses temas mais complexos. Vai demorar, claro, pra deixar o tema menos discutível, mas talvez os filmes sejam um grande passo pra isso...
O homossexualismo pode ocorrer por influencias externas, ou maldições hereditárias. É uma opção, ninguem nasce assim. Deus fez o homem para a mulher. Se você foi criado por Deus, então não é diferente neste aspecto.
Quanto ao filme, os judeus dificilmente vivem esse tipo de situação, pois a figura paterna, a maior contribuinte para a formação do caráter e da sexualidade do individuo, é muito forte na cultura judaica.
Deus abençoe!
A condenação do homosexualismo na minha opinião, é um dos motivos que me leva a ser bastante cético com relação aos mandamentos da bíblia. Na minha opinião é uma condenação completamente falha! Um dia ainda escrevo sobre isso....
Gostei do seu blog, e valeu pela visita =)
estou seguindo, espero que possa seguir la também, falou =>
Ah... como você colocou esse lance ai de "últimos posts" ? Não mexo muito no blog e nem tenho ele a muito tempo, então nem sei...
vlw adicionei!!!
Acabei de fazer um novo post, da uma olhada ae se der o/
Falouu
Acho que a maioria dos filmes com temática gay, que fazem parte do genero drama, são cliches, parecem que todos são iguais, as personagens geralmente tem uma vida normal como qualquer um, eles tem mulher e filhos e um dia de repente, não mais que de repente, se descobrem gays...
até parece pagode dos anos 90, as letras da musicas eram iguais, só mudavam a ordem das frases e acrescentavam dois passinhos de coreografia...
independente desse filme ter mote homossexual, ele nos mostra uma possível aventura extra conjugal, nesse caso se não há amor, não case, mas se casar, que seja por amor e respeite seu conjuge!
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