17/04/2020

Confusão




Já refiz esse parágrafo cinco vezes. Ou mais.

Mas não quero ser clichê, não quero expor meus sentimentos novamente e não quero que ele saiba que estou falando dele. Ele jamais deve saber que eu olhava a janela do WhatsApp várias horas do dia pra constatar que ele esteve online. E esteve. E em nenhuma delas falou comigo. 

Foi por isso que não deu certo. Tava na cara, mas eu não quis ver. 

Faltou assunto? Faltou vontade de conversar? Faltou assunto e vontade de conversar? Ele não se abria, ele não se expunha... ele, na verdade, nunca foi eu. 

E, por diversas vezes, eu já quis ser o outro. Alguém que eu mesmo julgasse melhor ou que se comportasse melhor. Talvez alguém que não se expõe em um blog, alguém que sabe guardar pra si os seus sentimentos, alguém que só faz o que der vontade ou alguém que só diz o que outros precisam e/ou merecem saber.

Nunca fui assim.

E não tem a ver com ele, afinal. Sou eu. Somente eu.

E sou fogo.

Explosão.

Coloco pra fora o que me sufoca. Só engulo se aquilo for machucar. Mas se engulo, morre eu. E quantas foram as vezes que já morri pra não matar. E quantas outras vezes, do lado inverso, morri por não cogitarem a ideia de não me matar. E ninguém cogita, pois todos são egoístas, até eu com minha explosão.

E ninguem fala, e ninguém expõem, e se respeitam acima de tudo. Mas, e eu? Se não coloco pra fora, morro. Se coloco, me matam. Que horas que me respeitam? Quando me respeito! Quando? Me respeito? 

Sou calor, sou paixão, sou entrega. Se não entende isso não merece meu incêndio. Se eu não te incendeio, você é frio. Frio, ausente do meu calor. Frio, longe do fogo que sou.

Nesse fogo chamado eu, só fica perto quem queima, como eu. 

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