01/07/2014

Amor do pelúcia

São naquelas noites quentes de solidão que abro o armário e tomo nos braços o Bob, o primeiro urso de pelúcia que você me deu. Ele não tem mais o seu cheiro, mas ainda assim me faz relembrar cada parte do seu corpo. Ponho a cabeça dele no ombro, fecho os olhos e revivo cada momento contigo: seu calor, seu toque, seu olho azul brilhando contra os raios de sol, seu beijo doce - sem língua, do jeito que me faz derreter. De uma forma estranha os olhos do Bob me lembram os seus. O jeito fixo de enxergar pra dentro, para a alma. O modo como trata a todos, sem distinção. A forma educada com que aborda um estranho e o jeito doce com que acolhe os conhecidos. Enquanto o Bob estiver aqui, disponível ao meu toque, ergo meu coração no prazer que você me fez viver em nossos dias inesquecíveis. Todos os momentos da nossa vida precisam de um toque especial. Não é preciso procurar tanto, eles existem. Estão olhares singelos, nas palavras de força, nos abraços sufocantes, no peito que bate, na mão que aconselha, no amor que se demonstra...

Saio do meu devaneio, ainda com o Bob nas mãos. Hoje, depois de tanto tempo, você vai dormir comigo novamente. 


- Jota

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