Desejos obscenos

Um dia desses fui atacado pelos meus sentimentos e não tive  a menor vontade de me defender. Sei que eles não são mais fortes do que eu, mas porque não se deixar levar? O que os meus desejos poderiam me fazer de mal? Lancei-me neles e procurei aproveitar cada segundo.

Caminhando à beira da praia, pessoas e mais pessoas passando por mim, senti um perfume de vontades promíscuas, ao passo que minhas mãos suavam, minhas pernas tremia, a saliva faltava na boca e a ânsia pelo proibido me seduzia.

Um corpo bronzeado pelo sol, suado, coberto apenas de uma sunga branca me chamou atenção. Mais do que um desejo proibido de relação sexual, era o despertar do apetite deliberado com alguém do mesmo sexo que estava acontecendo. “Que se dane tudo” pensei, ao passo que ele se aproximava.

Conversamos.

Tudo desmoronou.

Consegui finalmente racionar que aquilo não era minha própria vontade, que não podia me lançar em algo que acabaria com a minha vida, mas era tarde de mais. O hálito quente dele já se aproximava, e, sem recuar, retribuí o beijo. O pensamento turbulento se tornou prazer. É o quero da minha vida daqui pra frente, independente de tudo que já vivi antes.

Sou agora um sujeito sem passado, tentando simplesmente firmar um futuro baseado em minha carne. Aonde isso vai me levar? Prefiro não pensar, uma vez que essa ideia gera calafrios. Quero viver assim, aprisionando minha mente e deixando meus instintos falarem por mim.

Esse relato não tem nada a ver comigo, só pra explicação. É um conto que leva a refletir se estamos agindo com a razão ou não. Será mesmo necessário pensar antes de agir ou é melhor sentir e, por fim, agir? Opinem!!!!