Na cidade de Imperatriz não faltam peculiaridades. Quem anda pelo centro da cidade depara-se com um local aparentemente abandonado. Dir-se-ia isso se não fosse pelo grande fluxo de pessoas que passam por ali diariamente causando uma muvuca só. Um centro de compras. Um ponto de ônibus. Um restaurante a céu aberto. Um bar. Uma loja de produtos religiosos. Uma relojoaria. Uma lanchonete. Uma banca de revistas. Esse é o nosso camelódromo, fundado em 1996 pelo ex-prefeito Ildon Marques.
As calçadas do centro comercial que ficam na Rua Coriolano Milhomem, são entupidas com pequenas barracas de guaraná da amazônia distanciadas de meio em meio metro. Ao lado delas, bancos de madeira para os passageiros que esperam a chegada de um ônibus. E, distribuídas aleatoriamente por todo o espaço, muitas, muitas gôndolas com produtos a amostra. Óculos de sol, bolas de plástico, roupas, sandálias, tênis, relógios, bonecas. É impossível andar por essa calçada e não ter que se esquivar de algo.
Transitando pelos pequenos corredores tem-se a sensação de estar em um verdadeiro labirinto. Vários corredores verticais e outros vários horizontais formam esse espaço. As pequenas lojas do interior do quarteirão que forma o camelódromo são vazias, solitárias. Algumas não mostram nenhum sinal de presença humana. Só estão ali as barracas de madeira barata, sem vida.
Andando por aqueles corredores estreitos, mal iluminados e úmidos, uma senhora, cabelos tinturados, sentada em uma cadeira de macarrão, mãos no queixo, olhar sem expressão. “Quer olhar uma calça?” pergunta a um andarilho. Sem dizer nada ele continua a andar e a senhora volta ao seu “luto” pessoal.
Maria Judite, mulher de porte baixo, cabelos castanhos, e olhar atento aos passantes, é comerciante no local há vários anos. Sua pequena loja está na calçada principal do local, onde o movimento de pessoas é maior. Conta que não sabe como se deu o processo de ocupação do quarteirão e entre uma frase e outra uma inevitável distração:
“- Não sei como se deu não... Essa aí é 15 reais!” Grita para uma mulher que pega na mão um de seus principais produtos.
“- Não, tô só olhando!” Responde ela, esquivando-se de uma possível compra.
“- Eu to aqui a... Essa aí é 30! Vamo levar?” Insiste Judite.
A mulher desconhecida põe a sandália no lugar de origem e escapa pelas mãos suadas da vendedora. Ao fim da conversa ela continua lá, em seu posto, atenta a qualquer movimento que se finalize em venda.
Fora daqueles corredores a luz do sol brilha mais intensamente e os diversos sons atrapalham a qualquer conversação. Um carro de som passa na rua anunciando um evento da cidade. Mais a frente, um grupo de amigos fumam e tomam cerveja ao som de “Você é doida de mais”. Na rua, uma manifestação dos alunos de uma universidade local. Estes vestidos de preto no sol escaldante, perucas e nariz de palhaço. “UEMA na rua, Roseana a culpa é tua”, bradavam eles, sendo repressos pela policia com spray de pimenta.
No lado esquerdo do quarteirão fica um corredor mais largo do que os demais. Nele, o cheio de panelada invade as narinas dos passantes. Irresistível para aquele que adora degustar a comida local. Ao andar por lá, as senhoras cozinheiras vestidas de avental, touca na cabeça e mãos nuas preparam a comida caseira com todo amor e dedicação. Porém, o local sujo com resto de comida causa repugnância. Mas isso não é empecilho para que o lugar seja bastante procurado.
Alguns metros a frente desse corredor uma particularidade. Alguns canteiros de grama alta e mal cuidada formavam um circulo em volta de uma placa. Alguns bancos em boa conservação, mas danificados pelos agentes naturais ornamentava o lugar e o fazia ter uma característica de praça. Na placa estava escrito: Praça Camelodromo – sem acento. Assim o espaço que era para ser somente um centro de vendas autônomas, passa a ser um verdadeiro shopping, onde se encontra de tudo. Tudo mesmo.
Eu nunca falei assim, mas agora eu vou falar! Se você gostou ou não do texto, tanto faz. Estou feliz porque ele e esse texto aqui conquistaram o meu professor e eu tirei 10 na nota *---*. Cheguei de viagem meu próximo post será sobre ela. Abraçooos
Um comentário:
Em todo canto tem um shopping popular desses, né? Hehehe....
Adorei o momento revolta, esse de 'se gostou, bem; se não gostou, dane-se'.
Afinal tu tiraste dez com esse texto. Motivo maior pra não ligar pro que nós, meros blogueiros, pensem dele.
Postar um comentário